terça-feira, 9 de junho de 2015

Titi



Todo o animal ou ave de estimação que tivemos ou temos em casa eu considero como um membro de nossa família. Com o Titi não era diferente. Tinha ele como se fosse meu irmãozinho mais novo. Ontem à noite, minha mãe me ligou falando que encontrou ele morto no quintal. Triste, mas a vida é assim. Já tava doente, fazia um tempo. Tava bem velhinho, já. Bem mais de 10 anos. Deixou saudades. Amanhã, quando eu e meu filho formos visitar os meus velhos, não o veremos mais.

Falta de Higiene Comigo Não Rola



Fui num açougue de um hipermercado buscar uma misturinha, agora a pouco, pra fazer na janta, e fui atendido por um açougueiro que devia estar resfriado, porque ele não parava de puxar ranho com o nariz. Pedi pra ele meio quilo de acém moído e lá foi ele, sem luvas, e pegou um pedaço de carne e levou pro fundo do açougue. Nem vi ele moendo. Depois ele voltou com aquela carne moída vermelhinha no saquinho, pesou e me entregou. De repente eu mudei de ideia. Perdi a vontade de comer carne moída. Deixei numa prateleira qualquer, lá. Peguei minhas coisas, paguei no caixa e comentei isso com a moça do caixa. Ela falou pra eu ir lá reclamar com ele, blá, blá, blá... Como eu não gosto de barraco, eu nem fui. Isso é de responsabilidade do açougue, não minha. Deve ser por isso que tava vazia a fila do açougue. Só sei que, das mãos daquele açougueiro eu não pego mais nada.
Quando o assunto é higiene, sou um cara muito exigente. Já deixei de comprar lanche numa barraquinha onde o cara falava em cima do lanche e, sem máscara, nem touca, e a mesma mão que ele preparava, ele pegava no dinheiro, e depois nem lavava, voltando a mexer nos lanches. Quem trabalha com alimentos não pode ser assim. Isso espanta os clientes. Por isso que prefiro fazer minha própria “bóia” e comer em casa, mesmo. Comer fora, só de vez em quando, e nos lugares aparentemente certos, também. Tem gente que nem lava as mãos pra preparar a comida... Isso é nojento. Sou enjoado, mesmo.

O que penso sobre o crack



Todo mundo sabe que o crack causa uma dependência fortíssima, destrói famílias, mas mesmo assim, “nêgo” vai lá experimentar a danada. Tem que ser muito burro. E, cada dia, tem mais gente se afundando e arrastando vários através desse vício.
Tô chegando em casa, e vários jovens que poderiam estar estudando, praticando algum esporte, trabalhando ou namorando, me oferecendo celulares que valem mais de R$ 300,00 por R$ 50. Quando não me oferecem alguma coisa para comprar, me pedem dinheiro logo de cara. Se me pedissem um salgado pra comer, eu até que pagava. Mas não compro nada, nem dou dinheiro pra “nóia”, pois sei que estarei investindo na destruição dele. Quero continuar dormindo em paz, sem peso na consciência. Muitos deles, dá até dó de ver. Caminham como zumbis, sujos, mal vestidos, magros e dispostos a matar um, se necessário, para conseguir o dinheiro da “mardita”. Triste e dá medo.
Ontem um cabeleireiro amigo meu me contou que, outro dia, quando ele abriu o salão para trabalhar, tinha um cara armado lá dentro, todo ensanguentado, que o roubou e foi embora, em seguida. O cara era muito magro e conseguiu entrar pela janela do banheiro, se cortou todo e só conseguiu sair quando o cabeleireiro abriu o salão.
No final dos anos 90, uma amiga me falava assim: “Deí, a gente tem que experimentar de tudo nessa vida para ser malandro”. Eu só observava e escutava. Não demorou muito e ela se tornou usuária de pedra e lésbica, pois tinha ficado com outra mulher, além de ter dado uma cachimbada de leve. Ela mostrou que não se pode experimentar de tudo nessa vida.
No começo dos anos 90, quando eu trabalhava numa Estação Ferroviária em Indaiatuba, onde a maioria dos funcionários que comigo trabalhavam eram usuários de drogas, muitos deles me chamavam de “laranja” só porque eu não usava (e nem uso) drogas. Me “zuavam” até “umazora”. Alguns anos se passaram, e encontrei com um deles no Centro de Campinas, bem magro. Ele me chamou e falou: “cara, você era esperto e a gente que era burro. Olha a situação que estou hoje. Tudo porque usei a danada da “casca” (crack) e não consigo mais parar. Me desculpa por ter te chamado de laranja”. Depois disso, nunca mais vi ele. Mas sei que ele ainda vive.
Conheço várias pessoas que usavam crack e conseguiram parar. Eles falam que foi difícil, mas, com muita força de vontade, conseguiram. Ou seja, a pessoa para se ela quiser. Não adianta só a família ajudar. O cidadão tem que se ajudar. E criar vergonha na cara e parar dar de trabalho pra família, porque, ninguém é obrigado a ficar sustentando vício de “nóia”. Assim penso eu.