quinta-feira, 14 de abril de 2011

Bullying, quem ainda não sofreu?

Eu devia ter 8 anos de idade (tava na 2ª série), quando, em revide a uma humilhação, cravei a ponta de um lápis no braço de um colega. Depois disso ele passou a me respeitar mais (hoje somos amigos). As maiores humilhações que eu sofria na escola era por causa da cor da minha pele (e ainda chega uns e outros dizendo que racismo é assunto de complexado). Me chamavam de macaco, tiziu, despenteavam meu cabelo (por isso, só usava cortes baixos); mas, mesmo pra apanhar ou bater, eu reagia. Nunca deixava barato. Isso fazia os moleques pensarem duas vezes antes de me agredir. Na 5ª e na 6ª série eu era o único pretinho (além de pobre) da sala, mas resisti a ofensas e agressões até o final. Hoje os que me zoavam me olham com muito mais respeito. Resumindo, eu era magrinho, mas não era bobinho.
Desde pequeno, aprendi que o medo é a maior fraqueza do ser humano. Mais atrapalha do que ajuda. Tem que ter equilíbrio. Quem intimida para ganhar respeito não é respeitado; e temido. O medo é um sentimento que força a pessoa a reagir. Chuta um cachorro vira-lata, pra você ver se ele não te morde. Resumindo, de medo, as pessoas também matam.
Pelo que foi falado sobre o assassino de Realengo (RJ), que matou e feriu dezenas de crianças dentro de uma escola na semana passada, além de ser um doente mental dando tiros no escuro, ele mostrou que não se deve desacreditar de ninguém. Pra toda ação existe uma reação, por mais água que passe por debaixo da ponte. Nada justifica o que ele fez, mas, por mais errado que tenha sido, ele reagiu. Se houvesse mais respeito entre as pessoas, tudo isso poderia ter sido evitado. Mas quem esperava uma reação daquela? Como já disse o mano Brown, do Racionais, “desacreditar, nem pensar; só naquela, se uma mosca ameaçar me matar, piso nela”...


Ah, também duvido muito que ele tenha se suicidado. E o que a família dele tinha a ver? Pixaram e depredaram a casa da irmã dele... Nada a ver isso.