Todo mundo
sabe que o crack causa uma dependência
fortíssima, destrói famílias, mas mesmo assim, “nêgo” vai lá experimentar a danada. Tem que ser muito burro. E,
cada dia, tem mais gente se afundando e arrastando vários através desse vício.
Tô chegando em
casa, e vários jovens que poderiam estar estudando, praticando algum esporte, trabalhando
ou namorando, me oferecendo celulares que valem mais de R$ 300,00 por R$ 50.
Quando não me oferecem alguma coisa para comprar, me pedem dinheiro logo de
cara. Se me pedissem um salgado pra comer, eu até que pagava. Mas não compro
nada, nem dou dinheiro pra “nóia”, pois sei que estarei investindo na
destruição dele. Quero continuar dormindo em paz, sem peso na consciência. Muitos
deles, dá até dó de ver. Caminham como zumbis, sujos, mal vestidos, magros e
dispostos a matar um, se necessário, para conseguir o dinheiro da “mardita”.
Triste e dá medo.
Ontem um
cabeleireiro amigo meu me contou que, outro dia, quando ele abriu o salão para
trabalhar, tinha um cara armado lá dentro, todo ensanguentado, que o roubou e
foi embora, em seguida. O cara era muito magro e conseguiu entrar pela janela
do banheiro, se cortou todo e só conseguiu sair quando o cabeleireiro abriu o
salão.
No final dos
anos 90, uma amiga me falava assim: “Deí,
a gente tem que experimentar de tudo nessa vida para ser malandro”. Eu só
observava e escutava. Não demorou muito e ela se tornou usuária de pedra
e lésbica, pois tinha ficado com outra mulher, além de ter dado uma cachimbada
de leve. Ela mostrou que não se pode experimentar de tudo nessa vida.
No começo dos
anos 90, quando eu trabalhava numa Estação Ferroviária em Indaiatuba, onde a
maioria dos funcionários que comigo trabalhavam eram usuários de drogas, muitos
deles me chamavam de “laranja” só porque
eu não usava (e nem uso) drogas. Me “zuavam”
até “umazora”. Alguns anos se
passaram, e encontrei com um deles no Centro de Campinas, bem magro. Ele me
chamou e falou: “cara, você era esperto e
a gente que era burro. Olha a situação que estou hoje. Tudo porque usei a
danada da “casca” (crack) e não
consigo mais parar. Me desculpa por ter te chamado de laranja”. Depois
disso, nunca mais vi ele. Mas sei que ele ainda vive.
Conheço várias
pessoas que usavam crack e
conseguiram parar. Eles falam que foi difícil, mas, com muita força de vontade,
conseguiram. Ou seja, a pessoa para se ela quiser. Não adianta só a família
ajudar. O cidadão tem que se ajudar. E criar vergonha na cara e parar dar de
trabalho pra família, porque, ninguém é obrigado a ficar sustentando vício de “nóia”.
Assim penso eu.
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