segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Enquanto isso, no Haiti...

Tava vendo na televisão o terror que estão vivendo as vítimas do terremoto no Haiti. Até agora, foram somados mais de 70.000 mortos. Ontem, 6 dias após o tremor de 7 graus, ainda haviam pessoas soterradas, presas aos escombros, agonizando e pedindo por socorro. Muitos com partes do corpo esmagada, decapitada, esperando lentamente a morte chegar; passando por sensações como a fome, a sede e a dor. Triste isso. Pessoas simples iguais a mim e a você, que só queriam viver com um mínimo de dignidade; com planos futuros que foram por terra abaixo. Imagina o que deve estar passando nas cabeças dessas pessoas, diante de tamanho sofrimento. Saindo dos escombros, sobreviventes que perderam tudo, brigando por comida e água, já que a ajuda do governo ainda é muito precária. Corpos espalhados por todos os cantos estão sendo queimados no improviso. O cheiro de carne podre deve estar insuportável naquele lugar. Se eu fosse um haitiano, minha maior meta seria fugir daquele país, situado no racha de uma placa tectônica. Acho que ainda dá tempo, né? Por que eles não fizeram isso antes? Porque são pobres; os mais miseráveis de toda a América. Ficaram mais pobres, após o terremoto. Devem ter perdido, junto com os entes queridos e os bens que possuíam, a vontade de viver. A violência, a depressão, o sofrimento, a revolta e o desespero são o que tomam conta daquele lugar.

Imagina você hoje, que tem sua casa (mesmo que seja alugada), seu emprego, sua família e seus pertences, que conquistou com muito suor, de repente, numa fração de minutos, vem tudo abaixo, literalmente falando. Sendo sobreviventes de toda essa tragédia, será que teríamos forças para reagir? Tanta gente que se mata por tão pouco, aqui no Brasil... Já tentou se colocar no lugar de um haitiano, vítima de toda essa catástrofe? Difícil, né? Aprendemos desde cedo que pimenta só arde nos olhos dos outros! Por isso que eu acho que nós, brasileiros, às vezes choramos de barriga cheia. Pelo menos na minha cidade não há guerras como as do Oriente, tsunamis, furacões, vulcões, enchentes, muito menos terremotos. Em vista de tanta coisa ruim que acontece pelo mundão afora, eu to num paraíso (tirando a zé povinhada da raça humana que parasita em qualquer lugar, junto com os sanguessugas de nossos governantes político$$$). Não posso reclamar.

Quando a gente olha do lado, vê sempre alguém pior; não que isso seja consolável. Se tem gente que, mesmo na falta de alguma parte do corpo, vive sorrindo e agradecendo a Deus por estar vivo, por que eu teria que lamentar, com todos os membros no lugar? Por isso que acho besteira chorar de barriga cheia. Tem sempre alguém muito pior que dá mais valor na vida.

Nenhum comentário: