terça-feira, 18 de novembro de 2008
Ser Radical é Preciso
Voltando a falar de negros...
Já que ainda estamos na semana da Consciência Negra, né?!
Toda vez que faço críticas ao racismo, algumas pessoas tentam reverter a situação, como se os culpados pelo preconceito racial fossem os próprios negros. Até parece que não posso falar de racismo! Na semana que Obama venceu, vários brancos me questionaram sobre algumas coisas que escrevi no artigo “O NEGRÃO GANHOU”. Teve um conhecido meu que me perguntou se eu achava errado os brancos usarem uma camiseta escrita 100% Branco, enquanto os negros usam a 100% Negro. Completou que um negro usando uma camiseta dessa não seria orgulho, e sim racismo. Respondi a ele com uma frase do rapper GOG, na música É O Terror: “MEU ANCESTRAL SOFREU. E O SEU?” Quem usam camisetas 100% Branco são os White Power, mas por mim, não me agredindo, pode usar a camiseta que quiser. Acho que o negro entende melhor o racismo do que o branco, já que são duas realidades diferentes, mas bem visíveis; a do branco e a do preto. Muitos brancos não entendem a existência do racismo contra negros porque não sentem na pele. Só não enxerga quem não quer ver. Eu, sinceramente, não tenho problemas com o racismo, pelo menos em minha pequena cidade de 30 mil habitantes. Mas enxergo o problema de longe, onde os humildes são os mais atingidos. Já briguei até com o Movimento Negro local, que até hoje ainda faz vistas grossas para a situação, quando o racista é tem o poder de compra. Um dia publiquei, num artigo de jornal, que “SE ELES, OS COMERCIANTES, NÃO ACEITASSEM NEGROS COMO EMPREGADOS, NÃO DEVERIAM ACEITAR O NOSSO DINHEIRO, TAMBÉM”. Deu o que falar. Me convidaram para uma reunião na Associação Comercial de minha cidade e o Movimento Negro só soube dizer que sou radical. Duas semanas mais tarde, por culpa minha, a Associação fez um acordo com as empresas da cidade, onde cada uma delas deveria empregar, ao menos uma pessoa de pele escura em seus empreendimentos. Confesso que o comércio de minha cidade ficou mais colorido, dali por diante. Valeu ou não valeu ser radical? Depois disso o Movimento Negro local, não sei se por vergonha, sumiu do mapa. Se antes eles já não faziam nada, hoje eles e nada são as mesmas coisas. Masss... Costumo dizer que, de bobo, só tenho a cara. Faltou com o respeito, eu cobro e já era. Se os negros, em sua grande maioria, também fossem assim, radicais, acho que o preconceito no Brasil seria menor.
2008, pra mim, foi um ano de ascensão negra. 3 dos principais acontecimentos: No início do ano, fomos prestigiados com o primeiro programa de preto na TV aberta, o Manos e Minas da TV Cultura. Uma salva de palmas para o rap! Uma semana, antes de Barack Obama ser o primeiro presidente negro dos Estados unidos, tivemos Lewis Hamilton como primeiro piloto negro a vencer a F1. Quer mais? Ah, ia me esquecendo do DJ Erick Jay, tricampeão do Hip-Hop DJ 2008. Depois dessas e outras conquistas, não vejo lógica para o racismo contra negros. Será que já teve ou não passou de uma simples confusão da igreja católica? Mesmo assim, grupos de skinheads voltaram a atacar
Nunca tive uma data específica para comemorar a minha negritude, já que sou negro todos os dias. Ainda não encontraram provas da existência de Zumbi
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