Esses dias, enquanto eu chegava em casa, encontrei um conhecido que há poucos anos ficou paraplégico após um mergulho entre pedras de uma cachoeira. Ficou inválido. Não deve ter mais de 22 anos. Quando o vi, ele estava sozinho, sentado numa cadeira de rodas em frente a sua casa. Sorriu quando me viu. Cumprimentei-o e fui embora. Dizem que antes do acidente ele sempre estava acompanhado de amigos. Hoje só o vejo próximo de alguém da família. Quando cheguei em casa, fiquei pensando o quanto Deus é bom pra mim. Dinheiro eu tenho pouco, mas tenho braços, pernas, saúde para morrer de velho e força de vontade; coisas que dinheiro nenhum, nesse mundo, compra. Mesmo assim, às vezes reclamo de barriga cheia, mas é para melhorar.
Morrer é mais fácil do que sobreviver, mas o mais triste é morrer em vida, seja na cama ou na mão de outros. No ano passado, outro conhecido ficou tetraplégico após um acidente de carro. Não tem mais de 25 anos. É estudado, tinha uma boa profissão, uma namorada que, após o acidente, se casou com ele. Isso que é amor, hein! Se não o amasse, já tinha o abandonado.
Com as pesquisas com células-tronco, aprovadas no Brasil, quem sabe em pouco tempo essas pessoas possam estar andando normalmente sem auxílio de cadeiras de rodas? Até pozinho para crescer membros decepados já inventaram! Mesmo assim, todo o cuidado é pouco.
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