terça-feira, 17 de junho de 2008

Ao invés de segurança, medo

Uma vez comentei, num jornal onde eu escrevia, que, às vezes, ao sentir segurança na presença de policiais, eu sentia medo. Escrevi isso depois que fiquei sabendo que alguns PMs haviam espancado um amigo meu num leito de hospital, enquanto tomava soro. Fora isso, já perdi as contas de quantas vezes fui abordado por policiais, chamado de vagabundo, maconheiro com uma arma apontada para minha cabeça, mesmo sem dever. Parecia que eles queriam encontrar algum flagrante para me incriminar, e quando não encontravam, ficavam irritados. Uma vez deixaram eu e um amigo só de cuecas em plena rua 13 de maio, em Campinas. Quando fiz o comentário do espancamento de meu amigo, só porque ele foi mal educado com uma funcionária do Pronto-Socorro (naquele dia ele tinha tomado várias cartelas de comprimido para se matar, pois estava com depressão), alguns policiais me ameaçaram enquanto outros apenas discordaram do que escrevi. O engraçado foi que, antes de eu escrever aquele texto, uma advogada também havia publicado a notícia com opiniões semelhantes a minha e ninguém fez cara feia para ela; pelo que fiquei sabendo. Talvez se eu tivesse um padrinho rico, fosse tio vereador ou parente advogado, nada disso teria acontecido. Hoje, vendo os crimes cometidos por policiais na televisão, e até na rua, onde "ninguém sabe, ninguém viu"... para depois não ser a próxima vítima, eu continuo com a mesma opinião, que, às vezes, ao sentir segurança na presença de policiais, eu sinto é medo.

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