Profissão perigo, digamos que seja um termo mais carismático para
definirmos um policial, que muitas
vezes também tem família, mas trabalha na incerteza de que vai chegar vivo em
casa, no final do expediente. Profissão
perigo, não, profissão do capeta,
mesmo. Pra mim, um profissional que ganha pouco mais de 3 salários para
arriscar a própria vida e a de outros não deveria ter algo a perder. Imagina o
psicológico do cara, sabendo que a qualquer momento poderá morrer ou matar
alguém que nunca viu na vida, pela profissão; sendo que este alguém também tem
a sua família, apesar de estar fazendo o que não deve. Fora as inimizades que
ele acumula no decorrer da profissão, colocando a vida dele e de familiares em
risco. Mas, polícia é um mal
necessário, assim penso eu. Se tá ruim com ela, poderia estar pior sem ela. Quando
me inscrevi num concurso para Policial
Militar, no comecinho da década de 90, minha mãe até fez promessa para eu
reprovar (eu era católico, na época). Felizmente a extinta Fepasa me chamou
primeiro e fui muito feliz durante os meus 5 anos auxiliando no transporte
ferroviário. Já um amigo meu, que foi aprovado no concurso da PM, teve a infelicidade de ter que matar
um bandido para não morrer. Depois disso ele foi expulso da corporação, as
coisas não deram mais certo pra ele e, em poucos minutos de conversa, já dá para
perceber que ele não é mais o mesmo antes de entrar na PM. Acho que muita gente
entra pra polícia por falta de opção
de emprego. Se, na época do concurso, eu tivesse entrado, iria estudar o
suficiente para conseguir um emprego melhor. Morrer pela farda não é vantagem. Quem sofre, depois, é a família.
Espero que todos entendam que essa é só a minha opinião.